quarta-feira, 9 de março de 2011

III. Miração prelecção


Adeus
Presciso do seu adeus
Adeus
Tão apenas
Adeus
Lírico, doce adeus
Para sempre adeus
Até o dia em que formos
Um só
Adeus









High-kai

Estou alto
Alp como o álamo
Dentro da alma









High-kai 2

... E quanto mais
Alto se vai, mais
Alto se cai.










Doce insensatez
Incenso de nudez
Da noite que se insinua
Astral

Silêncio-mistério
Diamantes
Nas mãos de amantes
Inebriados
Pela noite de luar






************
Soneto

Sussurra-me entre a pálpebra
Cansada de insone procurar
Uma outra inexistente álgebra
Que me leve de volto pro lar.

Insisto, peço que em abra
A porta para poder entrar.
Hocus pocus, abracadabra
Como mágica sem explicar.

Procura-me onde procuro
Esse sentido louco, obscuro
Que venho sentindo dentro aqui.

Talvez esteja esse sentido
Em algum verso escondido
D’um soneto que não entendi!



*************

Balbus in the sky with diamonds

Diante
Do que um dia foi um hiato
Irreconhecível
Reflexo mutante

Através do espelho
Ambas as imagens
Se fundem e se dissipam
Para o outro lado

Cintilam segredam
Matizes coloridas no escuro
Das ondas luminosas
O mistério
Como um amor estranho
Sob silêncios azuis
Do canto desconhecido
- Sidéreas flores-
De um universo em expansão


I.

Através do espelho
Ambas as imagens
Se fundem
E em si mesmas se dissipam
Imagens mutantes

E no peito o etéreo
Se faz eterno caminho
Como águas rindo num rio
De encontro ao mar amor
Para sempre nele se fundir


II.

Abriu a porta
Num convite bem legal
Os discos voadores
No dia primeiro de abril

Queria
Um contato imediato com Vós micê
Inventar meu destino
Nesse teatro mágico
Luzes vozes silhuetas
Uma peça entre véus oníricos
Onde contracenássemos
Num beijo encantado
Feito de outono
Papel saudade
As cartas
Ouvíamos Odissey and Oracle
Na sacada
Onde me despeço das flores



III.

Me levem para lá
Ou me levem pra outro lugar
Daquele lado
Nem sei bem qual
Já não posso ficar
Já não me pertenço
Sou da brisa
Do universo que a rege
E leva o rio para o mar
O dia e a noite
Me levem
Além
Me levem
Para todo o sempre
Me unificar em quem Sou

Demore pode demorar
Que o tempo é mesmo uma ilusão
Me levem para lá



IV.

Pelo caminho do sonho
Silêncios e cartas de tarot
Lembro do tempo
Em que andava sempre
Com a sensação de ter perdido algo



V.

Sensação é um sorvete
Pensamento é um tratado
Ambos juntos reunidos são
Sentimento

Um pouco de cada um dos dois
Um pouco de nada
E além



VI.

Quero só ser com ele
Me camuflar em meu silêncio
E ir paralém
Com meu teletransporte
Alienógeno zen

A estrela deslizando no céu
Me mostra o caminho
Na escuridão colorida
Por onde vou



VII.

Através do espelho
Lembranças
Distantes
A fechadura se abre

Dentre o meio de minh’alma
Uma força que vive desde o princípio
Um pequeno big-bang ressoando
Tal diapasão do universo
Ausentes
Lembranças arquétipas arqueológicas
Sou um ser
Uma consciência separada
Círculos concêntricos a se romper





VIII.

Longe e perto
Sinônimos desconexos
Retorno eterno distorcido
Qual flange overdrive
Num valvulado vagabundo coração
Saturado
D’um sonoro vós micê



IX.

Através do espelho
Olhos claros de lágrimas do universo
Desvendam
O desconhecido
Inseparável

Atravessei lagos e logos
Desertos baldios
Casas sem portas

Estou aqui
Recebo a resposta



































Às vezes
À hora instante
Depois da meia-noite
Ouço longe o trem
Que haveria passado
Alguns vários minutos
Pela sua janela
Distante

Alguns andares
Talvez sete
Flutuando sobre a calçada
Aqui em baixo
Te espera um abraço
- Transpessoal -

Queria te dizer

Às vezes
Aqui em baixo
Aí em cima
O frio etéreo
Longínquo
Quer
Um casaco
- Cósmico –

A luz do teu quarto aceso
Um vulto
Envolto quase vidro
Vermelho
Cabelos voam
Encaracolados no vento

Só silêncio

No chão os all-stares
Continuam
Caminhando
Apenas vermelhos
Às vezes cadarços desenlaçam
Num grande tear
Ou lágrima em inglês

All
All i need

(*Adeus trem leva contigo um pouco de minha saudade pra espalhar nos quatro ventos que cortas em todos os lugares por onde passas por esse Brasil América latina imenso tão como sua ausência como seu abraço nosso)






Soneto

Paraíso perdido
Encontros da tarde astral
No céu um sol caído
D’azul acaso outonal

E o íris esvaecido
Da lua nova em um vitral
Beijo, eterno pedido.
Paraíso artificial!

Fantasiedênico olor rosa
D’uma brisa miraculosa
- Leve num beijo relativo!

E o enlace efêmero eterno
De universos paralelos
- Chave para o infinito!

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